Condenada
Se eu contar uma mentira
Você vai acreditar?
Confiaria até o fim
Numa sinceridade fictícia
De alguém que não sabe mais
O valor da verdade?
Até onde vai seu amor?
Além da moral,
Além do real,
Além de tudo o que conhecemos?
Ou você é sábio o bastante
Para compreender que não valho tanto assim?
Não valho sua destruição
Não valho a desesperança
Que toca seus olhos a cada um de meus erros
Nem o sofrimento que te corrói
Quando escolho o caminho errado
Posso estar perdida
Mas não quero levá-lo comigo
Se ainda sei dizer alguma verdade
É que gosto de você o bastante
Para me condenar sozinha
Mas como confiar em mim
Se nem eu confio em mim mesma?
Apenas viva a vida que o aguarda
E esqueça essa sombra que tanto te magoou
E quando eu estiver nadando na escuridão
Lembrarei da sua luz
E talvez ainda consiga sorrir
E se algum dia gostou de mim
Imploro que conceda-me um último pedido:
Prometa que dessa sombra condenada
Apagará todas as memórias
E destruirá todas as lembranças
Porque eu posso ter perdido tudo
Mas terá valido a pena
Se você não se perder
E você só poderá se salvar longe de mim
Adeus, minha luz