PARTES QUE SE PERDEM
NÃO HÁ MUITO AGORA
RESTOU POUCO
QUASE NADA
PESADOS DIAS
CORRENTES DE TONELADAS DE PENSAMENTO
CRIAM FERIDAS EM PARTES QUE DEVERIAM SER MEU CORPO
HOJE NÃO IREI NEGAR
PERDI PARTE DE MIM
PARTE QUE NUNCA TIVE
ALGO QUE SERIA MAIOR DO QUE EU PODERIA TER SIDO
E DOI
E QUEIMA
E ME ENTERRA UM POUCO MAIS
DENTRO DE UMA SOLIDÃO VISCERAL
DENTRO DE UM VÓRTICE NEGRO
AFASTANDO AINDA MAIS A POUCA LINHA DE LUZ QUE CONSEGUIA VER
LINHA QUASE INVISÍVEL
DISTANTE
COMO FIO DE TEIA DE ARANHA
NÃO HÁ MUITO AGORA
RESTOU POUCO
QUASE NADA
TRÊMULA ESPERANÇA
SONHOS DE CRIANÇA
E NO POUCO ASSIM SE FOI
VOZ DOCE
MÃO QUE SEGURAVA
MÃO QUE ACARICIAVA
LÁBIOS QUE BEIJAVAM
CORPO QUE ESQUENTAVA
BARRIGA QUE GERARIA LUZ
VIDA
ESPERANÇA
E AMOR.