O coração já tão judiado.

Pobre escrava ali com o seu filhinho.

Nos braços olhando aquele pequeno

Ser que com um raio de sol aquecendo.

o seu corpinho tão pretinho que chegava brilha.

A deus pedindo sem Cezar que o seu cenho a deixasse

Ela o cria, pois sabia que dela a qualquer momento.

Seu filhinho seria lhe tirado, e vendido como se fosse gado.

E dos seus braços foi arrancado, pobre escrava,

Nem o direito de chora lhe foi dado.

O coração já tão judiado.

Os braços vazios apertavam-se o leite derramava.

Pelos cafezais corria e gritava os seus gritos, incomodava.

E com o chicote a calavam, e com um soluço sufocado.

Chorava a saudade do filinho que lhe foi tirado.

Mais um dia já era hora de para de chora, pois a sua.

Mição lá eram pro cria, quando o feitor foi lhe buscar.

com o chicote na mão caio no chão apavorado.

Pois em uma garça a escrava avia se transformado.

Saio batendo suas asas.

Esta foi à primeira garça branca que pelos.

Campos. Livre voava.

Dona Joana
Enviado por Dona Joana em 23/04/2010
Reeditado em 13/05/2010
Código do texto: T2214961
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