O FIM

O FIM

É, não faltaram argumentos; primeiro em nossos corações e, depois, em nossos pulmões.

É; sentimos saudades quando olhamo-nos nos olhos; quantas lembranças, quanta esperança perdida, quanto rancor.

Falas-me de teus ciúmes, de teus domínios, de tuas possessões, do teu poder;

Leoa ferida, enfraquecida rangendo os dentes, seguindo em frente, mas qual; não tem pra onde ir.

Então, circulas em torno de ti, para um lado, para o outro, ruges, esperneias, olhas em volta, tornas a espernear, não, não tem solução.

Partes pra cima, já não tem forças na mandíbula; atacas e não logras êxito; desfaleceste-te.

Enquanto eu, acostumado aos ataques, dilacerado nos últimos ferimentos, recuperando-me do susto, esguio, fugi de mais um; escapei;

Alma latente, jeito diferente, coração, ferido como sempre; sangrando fujo, arfando e manquejando procuro a lama para enterrar-me.

Nela, submerso rastejo, disfarçando meus rastros pra outro predador não me encontrar...

Experiente, submerso na lama eu busco a cura de minhas feridas, deixo-a sugar o veneno de suas mordidas; meus músculos e ligamentos dilacerados, deixo a lama remendar; curar.

Só não curo o meu coração, que castigado de antemão, já não tem do que se curar.

H. F. Costa, de 27/11/09 a 22/04/10.(Ufa!)