A Vontade Perdida 

Exausto de mim,
Exausto de meu próprio desespero,
Cansado de minha falta de esperança,
Deveria clamar, deveria chamar, apenas deveria...
Pois que o coração esfria em desejo de morte,
Um conflito de um espírito insubmisso,
Com um corpo que ainda não quer morrer,
A mais tola de todas as inutilidades,
Pois haverá dia que talvez deseje viver,
E não exista mais
um único segundo a ser vivido.

E isto certamente não fará diferença alguma.
Na nossa imensa insignificância,
Os arroubos de nossas migalhas
de orgulho nos esmagam,
Aquele que  tem fé parece haver um paraíso oculto,
Já para aqueles que a chama da fé vai apagando-se,
Antes parece desejar uma paz inerte,
sem vida, sem existência,
Um não sofrer, que também seja um não ser feliz,
Pois apenas é nada, é nulo,
nem mesmo consciência para questionar,
Neste inverso de ser,
talvez exista uma estranha consolação,
Onde o antes crente almejasse ser um ateu convicto,
Pois ficaria livre de si, livre da eternidade,
Que antes neste viés distorcido parece maldição.
Por que tanto tempo assim?
Miseráveis migalhas antes deveriam ser fugazes,
Talvez até sejamos, e apenas nos enganemos,
Pois que o tempo é lento para os que são infelizes,
E passa rapidamente para os que são alegres.
A vida é para todos, tudo depende da abordagem.
Felizes são os que se impregnam do delírio da fé,
Felizes são os tolos que em nada crêem,
Entre estes os infelizes que vagam por dúvidas,
Que se exaurem em buscas
que apenas levam há outras buscas,
Portanto nada acham,
senão outras tantas dúvidas.

 

26/01/2007
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 20/04/2010
Código do texto: T2208955
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.