Carinho
A mão parou a meio caminho, e o gesto vago,
a não saber se voltava ou completava o afago.
Carícia perdida, incompleta no instante de indecisão;
O que geraria um sorriso terno mudou-se na
Lágrima silenciosa a descer pela face,
Frustrou-se um coração.
Ser entristecido que um carinho alegraria
E que quedou-se desiludido do bem que a
Carícia ( não feita) faria;
Da ilusão que traria no sentir-se querido
E que não teve razão.
Penso no ser que vagueia pela vida maltratado
No coração só um anseio
Qual animal desprezado
De que alguém lhe tenha afeição
Expressada num afago.
O alguém que sofre do não revelado amor
Só tem razão em seu pranto
Que lhe traz ainda mais dor.
Dor sofrida tantas vezes quando o gesto se repete:
Aquele que espera o afago quando
Quem vai acariciar do carinho se esquece...