DESENCANTO
DESCE O CANTO
DESSE ENCANTO
DESENCANTO
Esta tristeza profunda que me dói
As entranhas, o peito, a alma
Esta incerteza que me destrói
A esperança de poder acertar.
Tentativas inúmeras, perdidas,
Ao longo do caminho percorrido
A única certeza foi não ter perecido
Sufocada em pranto tão sofrido.
Quisera a dor de meu peito arrancar,
E na terra quente e vermelha,
Do meu maltratado coração,
Novo sentimento ver brotar.
A alma, novas asas, então ganhar,
Para poder o espaço cruzar
Em direção ao som do canto
Que hoje não pode escutar.
Novos sentidos para a vida
Talvez me disponha a recrutar,
Se o destino cruel não os furtar
Antes que eu os possa juntar.
Lutas inglórias sem precisão,
Guerreira cansada de lutar em vão,
Sigo adiante escudo ao peito,
Quase morta em meu leito.
Não adianta o medo de fracassar,
Ser humano é errar, acertar,
Cair, levantar, perder, ganhar
Vencer o inimigo DESENCANTO.