RUMO DAS ÁGUAS

A fonte que me banhava
Não quer mais despejar
Em seu curso o alimento
Que me faz... viver

Esse córrego hoje
Me rejeita, não quer
O leito das minhas margens

Procura diluir-se
Em solo incerto
Evaporar-se no calor
Da tristeza

A fonte que me banhava
Hoje, exige que as margens
sejam de retas e que o caminho
Seja liso como seda

Receio que desta maneira
O rumo das águas mudem.