Malembe( perdão)

No patíbulo aguardando o rufar dos tambores

Roncam trovoadas e roncam os ganzás

E as pseudo-alegrias feitas de álcool ou ignorância

E na subida em direção dos céus

Havia uma soturna promessa de almas novas

Para um firmamento envelhecido pelo tempo ou

Pela miséria

No patíbulo das palavras

As sentenças mentais de seu pensamento

São executadas a frio e em silêncio

Só aos olhos se revelam as dores, alguma humanidade

Só aos olhos se revela a tristeza de ser preterido e abandonado

No canto qualquer da vida

Nas esquinas não riscadas do mapa

Nas encostas que cismam cair em plena tempestade

Inundam corpos de lama, vidas de lama,

E fazem de homens comuns

Pequenos bonecos de barro.

Chuva cruel e incessante

Seu jorrar parece um choro enfurecido

Da natureza zangada por tanta incompreensão...

malembe

Malembe

Não entendi a magia e o poder da natureza

Não percebi que minha vida

Corria nas veias das árvores, dos rios,

Na direção do mar, e para serem livres

Além de limpos e respeitados.

No patíbulo da lembrança

Pesa a consciência por ser tardia

Por ser torpe

Por ser enxaguada de remorso.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 13/04/2010
Reeditado em 13/04/2010
Código do texto: T2193563
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