SILÊNCIO

Entre a solidão e o olhar,
Um vazio se apruma,
A alma deseja gritar,
Mas, o silêncio se consuma.

Entre ela e a janela,
Uma intransponível muralha,
Uma dor que se desvela,
Anônima, absurda, canalha.

Leva o ser quase à loucura,
Apesar da coragem do amor,
A vida revela concreta amargura,
Lentamente perde o sabor.

Ela se vê encolhida onde,
Tudo é neblina, ausência de flama,
Mesmo em silêncio ela clama,
Mas parece que Deus se esconde.

Não responde o seu pedido,
Então, ela deixa a lágrima correr,
No rosto entristecido,
Cansado de tanto sofrer.


...Não sabe se espera pelo amanhecer.