SENTINDO UM DESVALIDO
Naquele teu olhar encontrei acolhida, querida!
Como a andorinha que encontra o ninho para si,
Abandonaste-me, entregando-me ao relento,
Estou sem rumo, sem amor, sem alimento.
Tudo isso por causa da minha loucura,
A paixão que me possui traz essa amargura,
Sinto-me abatido, encurvado, de luto o dia todo,
O coração bate-me excitado.
Esta minha loucura que maltrata e adoece,
Tornam minhas chagas infectas e purulentas,
Ardem-me os lombos, sinto-me velho aniquilado,
Um desvalido, ferido na alma, com odor desagradável.
Bebo do copioso pranto, enquanto,
Zomba da minha dor nos braços de outro,
Perturbado estou que não posso falar,
Estou envergonhado por tua causa.
Não me desampares ó Deus!
Conforta-me novamente, apresse.
Sara as minhas feridas da alma,
Minha carne e o meu coração desfalecem.