Anjo dos tempos, volta a vaguear, e eu, a esperar...novamente.
Noto que, sentado a soleira da porta, meu olhar se perde ao longe...
Busca o improvável e vela consigo a tristeza que em grossas gotas...
Bem, era de se esperar que a felicidade me deixasse assim, tão só...
Penso que talves não a tivesse cultivado como merecia, regando-a...
Meus beijos, meus abraços e meu encanto foram insuficientes, hã?...
Sussura o vento aos meus ouvidos o seu doce nome que tanto amei...
No jardim, as mais belas rosas cultivei, cada uma docemente beijei...
E me vejo agora fitando o infinito procurando-lhe novamente, amor...
Séculos esperei por ti e por mais mil séculos esperaria, na certeza...
Na certeza de merecer-te um dia, porém não mais esperanças tenho...
Vejo o pôr-do-sol no horizonte de meu coração enfraquecido e triste...
O anoitecer há de chegar novamente e envolver-me em suas sombras...
E hei de permaneer por tempo indefinido aguardando o chamado de ti...
Num último lamento me resta ainda dizer-lhe o quanto o amo, porém...
Nem atrever-me-ia a mencionar seu nome que vaga infinitamente...
Infinitamente num esquecimento necessário e desejado...amo-o!