Cultivo um jardim de dores

Cultivo um jardim de dores,

Onde não existem cores.

Inundam-no tantas flores

Sem perfumes. Só odores.

Porém, nelas há um belo.

E todas no mesmo elo

Entoam um som singelo

Como golpes de martelo.

Os golpes estão escritos.

Por vários olhos são vistos

Os sentimentos aflitos

Nascidos não de conflitos

Mas, por querer do jardim,

Que cresce dentro de mim.