REFÚGIO
REFÚGIO
Joyce Sameitat
De uma hora para outra o céu vira trevas;
A ventania ataca com bastante furor...
E a luz do sol nas nuvens se encerra;
Despenca a chuva como que em estertor...
Impera então a água com a ventania;
O que vejo a frente é um vendaval...
Cresce dentro de mim grande agonia;
Bem maior do que a que chamo normal...
Meus pensamentos tentam se esconder;
Em algum lugar que não estão encontrando...
Parece que me fazem um pouco morrer;
De tanto que estão em mim se chocando...
Chuva rápida que como veio está se indo;
Fazendo-me de novo um pouco raciocinar...
E o que parecia dentro de mim já findo;
Talvez esteja prestes é a se renovar...
Sinto dentro de mim algo se partindo;
Como um divisor de águas do mar...
É a angústia por um lado saindo;
Com algo ímpar no oposto a entrar...
Que não seja solidão em canivetes;
Para todos meus sonhos cortarem...
Mas sim uma chuva de confetes;
Para neles os anelos se refugiarem...
São Paulo, 29 de Março de 2010