DOR PLENA
DOR PLENA
Joyce Sameitat
Eu sou a dor que vocifera;
Tristeza que em mim mora...
Trago dentro de mim uma fera;
Que se não cuido me devora...
Olhos sempre lacrimosos;
Que raramente se calam...
Sei que não são remorsos;
Mas meus lábios não falam...
Bate no meu peito a agonia;
Não importa qual seja o tempo...
Nem se é noite ou se é dia;
Ouço sempre o seu lamento...
Creio ser a dor da humanidade;
Que se fez muito orgulhosa...
E que em nome da vaidade;
Trás só espinhos, sem rosas...
É um grito calado que me toma;
Sem que eu conheça a razão...
Mas dentro de mim se arvora;
A sangrar todo meu coração...
São Paulo, 24 de Março de 2010