Logo logo chega outono,

E qual poeta, sem mote,

Vive minha alma, incerta,

Num eterno abandono.



E procuro no vento, que silva

Por entre pinhais dormentes,

Uma doce brisa distante,

Para me poder manter viva!



Sabem –me os olhos a sal,

Das lágrimas que já não choro,

Não há poetas nem musas,

Nesta ilha onde eu moro!



Logo logo chega o Outono,

E a primavera, nem veio,

Adormeço-me em triste sono,

Guardando saudade, no seio.



Saudades das folhas verdes,

Que de oiro se vestiam,

Mas vitimas d’algozes cruéis,

Em cores cinza se partiram.



Aguarela Matizada
Enviado por Aguarela Matizada em 13/08/2006
Reeditado em 14/05/2010
Código do texto: T215355
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