Logo logo chega outono,
E qual poeta, sem mote,
Vive minha alma, incerta,
Num eterno abandono.
E procuro no vento, que silva
Por entre pinhais dormentes,
Uma doce brisa distante,
Para me poder manter viva!
Sabem –me os olhos a sal,
Das lágrimas que já não choro,
Não há poetas nem musas,
Nesta ilha onde eu moro!
Logo logo chega o Outono,
E a primavera, nem veio,
Adormeço-me em triste sono,
Guardando saudade, no seio.
Saudades das folhas verdes,
Que de oiro se vestiam,
Mas vitimas d’algozes cruéis,
Em cores cinza se partiram.