Sonhei com a tempestade
Ontem sonhei com a tempestade
Abrindo buracos na terra encharcada
Derrubando árvores e arrancando telhados
Em meu sonho minhas lágrimas era a chuva
E uma dor adormecida surgiu no meu peito
Minha vida é uma rede de partidas
De mortes que surgiram com enormes feridas
A saudade não goteja o sangue endurecido
Mas a lembrança revive a separação
Amarga a saliva na boca silenciosa
E a sensação de impotência grita revolta
Ter que se levantar e seguir no deserto
Plantar flores em caminhos incertos
Não poder mais pronunciar o nome sagrado
O amoroso e confortante nome mamãe
Ontem sonhei com a tempestade
A tempestade que às vezes assalta o meu coração
O coração que sangra saudade
A saudade da minha mamãe