QUANDO
Quando as lágrimas descerem, quando os sonhos se perderem
e a esperança fenecer,
quando o temporal chegar e a torrente me arrastar
sem ninguém me socorrer,
quando um amigo me trair
e magoada sucumbir pela dor da traição:
Eu não perderei a fé, estarei aqui de pé,
enfrentando a provação!
Quando o esmorecer da tarde provocar grande saudade
da minha infância querida,
quando ao som da Ave Maria se calarem as cotovias
lá na torre da ermida,
quando ouvir a ladainha e sentir-me tão sozinha,
sem ninguém no coração:
Eu não perderei a fé, estarei aqui de pé,
enfrentando a provação!
Quando tudo der errado e as lembranças do passado
me fizerem soluçar pelas dores que passei,
quando o peito for ferido, ao perder alguém querido
sem ter chance de ajudar:
Juro! Sem medo de errar, pela luz que me alumia,
que eu não perderei a fé,
estarei aqui de pé, escrevendo outra poesia!