Morte em mim...
Morte nos ossos, comprimindo e despedaçando.
Morte no peito, dor sufocante, morte nos olhos...
Tudo o que era já não é, ressoa como o vento que não sinto,
Na musica que não ouço, nos gestos insistentes. Morte nos sonhos!
Que fará minha alma perdida?
O que farei, do que sobrou, se ao menos houvesse vida?
Nem olá, nem adeus. Apenas o silêncio e a inércia...
Inércia essa que me atrai, corpo sedento do fim...
Oh, como parece doce e sereno o fim. meu fim...
Não a morte descomedida, essa, constante...
A pior, a morte em vida. Não.
Essa morte que me deixa o corpo, mas que se decompõe
[dentro de mim.
Ela grita, sussura meu nome. Ela diz ser amiga.
Não sou nem amiga nem amante.
Sou...
Já não sou nada. O que pode ser o corpo sem alma?
O que pode ser os sonhos sem a esperança?
Só o silêncio dos que já se foram, essa eterna paz me acalma.
Hoje há morte dentro de mim...
01.03.10