PRENUNCIO NO AR
De: Ysolda Cabral
No silêncio da noite escura,
O canto do Acauã.
Nada se mexe!
Há um prenuncio no ar...
O frio não é acolhedor.
Congela os sentimentos mais puros
E mais bonitos.
Promessa de dissabor.
A luz do lampião não clareia.
Nos acordes da viola,
Há um lamento conformado,
De uma tristeza sem vereda.
O tocador perde o compasso.
Vencido pára de tocar.
E no silêncio da noite escura,
Cortado pelo canto do acauã...
O sertanejo não tem dúvida:
É a morte que não tarda pra chegar.