AGONIZANTE
AGONIZANTE
Joyce Sameitat
Bate tão forte em mim a agonia;
Que extravasá-la eu não saberia...
Nem sequer por mero instante!
Não vejo chance de calmaria;
Que eu bem que gostaria;
Neste coração agonizante...
Fecho os olhos e vou fundo;
No meu tão interno mundo;
Que se fecha num rompante...
Enrolo todo meu coração;
Em faixas de esparadrapo...
Colando nele outra emoção;
Grudando estes dois trapos...
Em melódica cantiga;
Daquelas bem antigas;
Vencida pelo cansaço!
Faço dos olhos restingas;
A passear nas caatingas;
Criando então um espaço...
Para simplesmente não deixar,
A alma que chora enchentes...
Vir ao coração e transbordar;
Este sentimento indiferente...
Que machuca sem cessar!
São Paulo, 06 de Fevereiro de 2010