ALAGADO

ALAGADO

Joyce Sameitat

Não sei se eu fecho ou abro;

Meu ser que está assustado...

Se com covardia me guardo;

Recolhendo o coração desvairado...

Tempestades elétricas baqueiam;

Fogem ao meu humano saber...

O corpo e até a alma receiam;

Pelo que poderá vir a acontecer...

Os raios a tudo aqui iluminam;

Fazendo até o sol os invejar...

Mas a minha confiança minam;

Quando os vejo assim brilhar...

Me fecho porquê não sei o desfecho;

Deste dia pela noite tão carregado...

Gostaria de poder passar um fecho;

Zipando a tempestade com cuidado...

Na verdade seria o meu desejo;

Que se fosse para local desabitado...

Já chega a tormenta que trago;

Sempre assolando todo o meu ser...

Trazendo em mim um coração molhado;

Que está cada vez mais a se desfazer...

Além de se apresentar também mofado;

E empapado só faz mesmo é crescer...

Até já o tentei vender;

Mas não consigo sequer alugar...

Ninguém está a querer;

Um coração que vive a alagar...

São Paulo, 9 de Janeiro de 2010

Joyce Sameitat
Enviado por Joyce Sameitat em 08/03/2010
Código do texto: T2127081