SEM SAÍDA
SEM SAÍDA
Joyce Sameitat
A tristeza explode;
E o coração implode...
A vida me nega;
O que a alma enxerga...
Sinto-me amarrotada;
Num beco sem saída...
Da vida uma enjeitada;
Estou bem dolorida...
Nunca eu imaginaria;
Tão grande aflição...
Que eu soçobraria;
Antes do coração...
Tudo é tão real;
Preferia fosse sonho...
E este temporal;
Já nem suponho...
Só sei que faz mal!
Um grande pesadelo...
Do qual tento acordar;
Mas que desespero...
Está a mente a mostrar...
Sou como um beco;
Escuro a se alargar...
Penso aqui a esmo;
Como a tudo mudar...
Mas a vida me impede;
De algo poder enxergar...
E eu que era alegre;
Me sinto morta em vida...
Não sei como levantar;
Também qual minha sina...
Nem como me ajudar!
A esperança foi embora;
Nada tenho a fazer...
E cá estou eu agora;
Sem sequer me entender...
Espero que os sonhos voltem;
Para que um dia eu seja salva...
E enquanto eles não resolvem;
Resta-me uma desconsolada alma...
Que vem as águas e absorvem;
Com uma exagerada calma...
São Paulo, Janeiro de 2010