DESERÇÃO
DESERÇÃO
Joyce Sameitat
Caminho como que sonâmbula pelo deserto
Olhando uma estrela... Floco de luz a aterrissar...
E quando penso que de algo eu estou perto;
São apenas miragens de mim a se vangloriar...
Sinto meus pés em ondas de sol mergulhados;
Em plena noite fria pela lua meio que iluminada...
Vejo diamantes brilhantes ao longe, é orvalho;
Chuva das montanhas solitárias e semi áridas...
Meus pés afundam-se nas areias secas sem mar;
Deixando do meu coração rastros de pegadas...
Meu oásis intranqüilo que bate quase a parar;
Porquê para tudo que olha só enxerga o nada...
Se atém então aos seus sonhos transportar;
Para alucinações que o perseguem todo tempo...
Deixa todos os pensamentos por ele se filtrar;
Coberto suavemente por fina camada de vento...
Ainda não descobri para dizer a verdade;
Como e porquê neste deserto eu caminho...
Se é apenas algum sonho ou a realidade;
Tecendo nos meus sentimentos um ninho...
Para que pousem até com alguma suavidade;
Ovos coloridos dos meus áureos pensamentos...
Que resolveram tomar como uma necessidade;
Partirem-se qual pássaros e voarem ao relento...
Fugindo assim da solidão das grandes cidades;
Que as minhas tristezas estão remexendo...
São Paulo, 27 de Janeiro de 2010