SOFRIMENTO

Joyce Sameitat

Minha alma em frêmitos de paixão pura;

Escala montanhas e se solta ao ar...

Me faz passar por muitas aventuras;

Parece que estou em asa delta a voar...

Vem a realidade e ao meu ser tortura!

Solto as peias dos sonhos e me deixo levar;

Pelas sensações que passam no momento...

É como que com pássaros eu emparelhar;

Porém sou empurrada pelos fortes ventos...

Enquanto eles podem seu vôo controlar!

Que se lixe a minha tão punitiva razão;

A ela eu deixei de dar minha atenção...

Já tomou muito do meu precioso tempo;

E meu ser não fica mais a ela atento...

Mas se torna indeciso o meu coração!

Quero com toda loucura que me é dada;

Sonhar tudo o que eu não posso viver...

Nele sentir a força de ser até amada;

Embora saiba muito bem não o ser...

Mas a vida é uma incógnita danada!

Quero me soltar de vez dos grilhões;

Que me tolhem sutilmente de manhã...

Viver com intensidade minhas emoções;

Mesmo que pareçam apenas coisas vãs...

Disperso-me então entre mil tentações!

Meu coração mergulha neste instante;

Nos novelos de nuvens que ao sol cobrem...

Eu me fito e já me vejo bem distante;

Das máscaras que ao meu ser recobrem...

Que se rasgam de repente num rompante!

Liberta que estou não sei o que fazer;

Pois fiquei muito tempo na prisão...

Terei de usar de garra para vencer;

Os ditames tenebrosos da razão...

Que faz de tudo para me ver sofrer;

Sem que se dê conta meu coração!

São Paulo, 03 de Março de 2010

Joyce Sameitat
Enviado por Joyce Sameitat em 04/03/2010
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