Entardecer de uma vida
Aquela velha da face sorumbática,
Passa sua tarde dizendo asneira,
Encolhida no fundo de uma cadeira,
Sustentando uma expressão apática.
Acabrunhada pelo peso dos anos,
Ela resmunga no seu monólogo...
Invejando os jovens no prólogo
Da vida, ainda sem sofrer danos.
Os olhos lânguidos e angustiados,
Que só se vêem nos rostos culpados,
Agora todos que por ela passam.
Talvez ela tenha gastado sua jovialidade
Com a mesma trivialidade e futilidade,
Que as jovens que com ela cruzam.