Entardecer de uma vida

Aquela velha da face sorumbática,

Passa sua tarde dizendo asneira,

Encolhida no fundo de uma cadeira,

Sustentando uma expressão apática.

Acabrunhada pelo peso dos anos,

Ela resmunga no seu monólogo...

Invejando os jovens no prólogo

Da vida, ainda sem sofrer danos.

Os olhos lânguidos e angustiados,

Que só se vêem nos rostos culpados,

Agora todos que por ela passam.

Talvez ela tenha gastado sua jovialidade

Com a mesma trivialidade e futilidade,

Que as jovens que com ela cruzam.

Marcos Paulo Silva
Enviado por Marcos Paulo Silva em 03/03/2010
Reeditado em 04/03/2010
Código do texto: T2117890
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