GOTAS DE SAL

Meus rios riem das pedras,

Passam por elas – e vão...

São lágrimas tagarelas,

Sussurrando no ouvido do chão.

O chão chora em meus olhos,

Eu rio gotas de sal

- Dessas águas de abrolhos,

Nas vésperas de temporal.

Mergulho na profundidade,

De um afluente sem foz,

A desaguar no chão da face,

Onde as pedras são lençóis.

Ivone Alves SOL