RESTAM AS PEDRAS QUE PISO

Dou meia dúzia de voltas

Tal qual como um pião

Pouso sobre o papel a mão

E as palavras me saem soltas.

Sobre a pressão dos meus dedos

Escrevo ora a medo, ora sem medos

Olho no céu as estrelas, mais de mil olho!

Mas não tenho ilusões!?

São minhas lágrimas guarnições

Com elas meu rosto molho.

- Fico neste meditar

Espicaço meus sentimentos

Coisas de ternura me vêem ao lembrar

Momentos...

Uns que foram como cristais

E outros partidos p'los vendavais.

Um dia e outro em fileira

Trazendo um tempo de obscuridade

E meu coração queira ou não queira!?

Deixa-me no aperto da saudade.

Mas não trago mágoa não?!

Desse tempo donde venho

Lembranças fantasmas são,

Do que tive e já não tenho.

Restam as pedras que piso

Pois se em mim já tudo desaba?!

Fico a pensar que já nada exijo

Mas até o nada se acaba.

natalia nuno