Catavento
Tudo que meu tato escuta é nada mais que vermelho sangue.
Vou partir daqui antes que alguém lhe parta e arranque.
Ira e tédio se confundem com o frio que parte do mangue.
Juncos e jangadas navegam sobre o mais gelado fogo.
Torço para que, antes mesmo de mim, o quilombo chegue logo.
A caminhada está cansativa e o olhar me mostra o que rogo.
Trotando sobre nuvens negras. Quebrando ordens e regras.
Esqueletos tomam de volta suas peles com sangue e rédeas.
Pregos martelam onde todo ego conta mais do que as eras.