Adeus...

Francisco de Souza Brito – Pirú

Maldito 15/12/09- Tempo escuro e chuvoso... Que fica mais fácil desistir...

Entre a neblina eu vejo

Aquele choro vazio

Aquele choro fingido

Aquele pranto fugiu

Aquele pranto sofrido

Nós chegamos meio sem jeito

Atrasados e apressados como o movimento do vento

Vento que distante suspirava

Ele era entorno neblina

Chovia

Chovia

E você estava ali

Parado e quieto

Como nunca esteve

Nunca te vi desta forma

Mas agora também não via

Era pela terra

Só podia ser pela terra

A terra que te cobria

Que te separava e te colocava ali

Bem longe de mim

Não entendia direito o porquê

Sei que sofria e sei bem que sofria

Sei que disse e sei que não estava lá para te escutar

Tentei mas não foi o suficiente

Como diversas vezes não foi

Como várias outras não fui

Como devia ou poderia ser

Como deveria pensar em algo ou outro

Cheguei tarde e não te vi

E por que as escrituras fogem de mim

E não é nada bem pensar em alguém

Antes pensar em ninguém e sorvir

Sorvir do mel ou do veneno

Que tendes a ser parte de ti

E não para ser

Ou sempre esteve em seu rosto que nunca compreendi

E venha agora e veja que não estava em tempos

Pois o tempo de mim foge

Como a cruz foge dos pecadores

Como a mentira foge dos mentirosos

Ainda bem que não vi

Pois seria pior

Minha despedida em fumaça

Minha despedida em neblina

Ela não se importava com a chuva

Ela caía despretensiosa

Eram pingos pesados

Cada estalo doía e machucava

Fundo no coração eu não entendia

Não sei o porquê

E me canso de cada data e momento assim

A chuva continuava a cair

E molhado frente a ti coberto estava

E pensava em lançar

Tirar-te toda aquela terra para poder respirar

Contudo não respirava mais

E sabia

E tentava fingir

Tentava não chorar

Ser forte e tudo mais

Mas isso dói

Dois fogem ao longe

Não vou correr atrás

Não foi ensinada a postura

Sonhos não se compram

Amanhã é um novo dia e a vida continua

Sem hipocrisia e sem mentira

Com fingimento e distorção

Como se fossem diferentes as coisas

Não se importe

Ou nunca se importou

Você fugiu e não deixou porquês

E seus porquês estavam tão na cara

Que não os vi

E eu que pensei

Pensei diferente e não acreditei

Tão parecidos e por um momento duvidei de mim?

Não.

E por que mudar?

Por que mudei.

E você percebeu e questionou.

Pois deveria ter-te mudado

Torna-te o que queria

Mas sempre foi assim

E sempre seria

Que seja como sempre foi e eterno

Alegre, feliz e aquele sentimento

Sofrias?

Sim sofrias

Mas por fora era pura alegria

E tua alegria é o que permanecerá

Eterno

Minha alegria é formada por partes tuas

Partes que deixou em mim

Teu olhar é vivo

Vivo em mime em cada um que te conheceu

Tuas filosofias vivas

Tua alegria eternamente viva

E o grão enorme de tristeza que te tirou a vida

Ignora

Lembra que um dia

E que a cada dia

E talvez todos os dias

Alguém de ti lembrara

És uma lenda

És sem nome

És vários em um

És Pirú

És Francisco de Souza Brito

És o pai de uma família sem história e sem honra

O Rock n’ Roll não tem história

Só esse sentimento de eternidade

E

Eterno

Será

A

Eternidade

Adeus

Eu te disse em silêncio

Adeus

Obrigado pela última visita

O sinal vai abrir

Adeus

Alexandre Bernardo
Enviado por Alexandre Bernardo em 24/02/2010
Código do texto: T2105055