E CHOVE LÁ FORA...

Eu aqui neste quarto

sozinho estou, aqui trancado

fechado, recordando a vida

A chuva cai e molha o jardim

Uma chuva fina, miúda assim

teima em não cessar

Aqui neste espaço estou minha querida

Apenas lembranças tristes de um tempo de amar

Chove lá fora

A água tudo molha

Melancolicamente sento-me à janela

Apenas fico a apreciar a tristeza que ficou

não somente nosso quarto, como também o que em mim restou

Tua ausência de mim é como chuva a teimar

em deixar a umidade conta de tudo tomar

Coração vazio, corpo inútil desamparado

Espírito perdido, alma jogada a vagar

Nada restou, nada ficou além da saudade

Continua chovendo

Todo meu ser doendo

Sentindo a necessidade de ter você, te abraçar

e, no frio que esta chuva traz em você guardar

meus sentimentos, meu amor e então

ao te amar poder finalmente entregar meu coração

Continua chovendo

e, eu aqui a recordar de um tempo

não longínquo

mas desperdiçado no tempo, hoje, pela tua ausência

Tudo ao meu redor está inócuo

Nada me permite extravaso

pois em realidade, o acaso

encarregou-se finalmente em salutar pendência

deixar minha mente desprovida de razão

ficando assim meu coração

vazio, sofrido mas, inteiramente livre da paixão

Como a chuva fina que cai

as águas a lavar toda a rua

assim estou

Limpo, sem resguardo de sentimentos, pois, a saudade tua

de vez está acabando, e o sentimento não mais trai

um coração sofrido, um amor não compreendido

Continua a chover

Eu conformado deixo a água levar

lembranças, momentos vividos não querendo mais sofrer

Acabou-se o tempo e não pretendo mais amar

Continua a chover, continuo a te querer

BCFerr
Enviado por BCFerr em 22/02/2010
Código do texto: T2100944
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