IMPETUOSA TEMPESTADE
Maldade encoberta
Gelo que gesta na alma
Tentando sufocar o amor...
Mas quem poderá conter
O seu clamor?
No submundo
Habita e se contorce
A subespécie
Ao se ocultar e debater
No abismo mais profundo
Rasteja nas sombras
As faces enlameadas
No expurgo das dores
Ilude-se e reprime o amor
Meio répteis... Vermes
À procura de oxigênio
E a cada movimento...
Tentando sufocar
Tanto desalento
Explode o espanto
E o olhar do poeta
Procura pelas bordas decifrar
O enigma da esfinge
Tentando conter seu pranto
Dissipado o encanto
Busca o sentimento
Que possa ser gestado
Impossível de ser ignorado
Cheiro forte de enxofre
Choros e lamentos entrecortados
Misturam-se entre riso e pranto
São as lágrimas do firmamento
Diante do sofrimento
Cenário típico de inferno
No fio da navalha da existência
Lutando pela sobrevivência
E sobrevive de espasmos
Só um sorriso de criança
Há de salvá-los do cadafalso
E daquela dor intensa
Enquanto o vento assopra
O silêncio enlouquece
Geme seu grito de horror
Quando de sonhar se esquece
Anunciando a tempestade...
Que por fim levará à bonança!
Dueto: Hildebrando Menezes e Lourdes Ramos