Mundos
Homens sobem deslizantes muros
Exaustos, inseguros
Incertos do destino que os acompanham
Receosos dos gritos que os arranham
A luta é uma batalha árdua
Cheia de ressentimento, ódio e mágoa
E sobra uma pergunta sem resposta
O porquê da briga e da aposta
Em uma batalha em que o vencedor
Não ganha mais que o perdedor
Mundos iguais e diferentes
Passos incoerente e errantes
Atrás de um sonho irreal
Uma vitória banal
Sangue que escorre de inocentes
Em meio às chamas ardentes
Da loucura do Poder
Da necessidade de se obter
Por meio das armas a conciliação
Por meio das mortes a redenção
Falta a todos a tolerância
Transborda em todos a ignorância
Em não se respeitar cada pensamento
Em não se aceitar outro sentimento
Vale a regra do ter que seguir
Vale a norma do ser e agir
Os grandes oprimindo os pequenos
Destilando os vis venenos
Das prepotências e das ambições
Despedaçando povos e nações
Em um mundo que ostenta uma nova ordem
Há de tudo, principalmente a desordem
De uma globalização sem fronteiras
De palavras falsas soando verdadeiras
Mundos que poderiam ser apenas mundos
Iguais ou diferentes, áridos ou fecundos
Mãos levantando mãos, braços puxando abraços
Longe de armas, distantes de estilhaços
Compreendendo o outro como um irmão
Buscando a paz cristalina da união