Lágrimas em sangue
Meus olhos, já não podem derramar lágrimas,
Não têm forças, para chorar...
Agem como algumas máquinas,
Fazem o que lhe mandar...
Meu riso vem no lugar do choro,
Tentando esconder...
Meu pranto se reverte em coro,
Prá ninguém perceber...
Mas meus poemas falam de amor,
Que entrelaçam com a dor...
E tudo que eu tento escrever,
É o que não deveria dizer...
Não sei se devo confessar,
Aqui não é confessionário!
Mas alguém precisa me escutar...
Enquanto vou mudando o cenário.
Nem só de alegria vive o poeta,
E às vezes a angustia lhe aparece...
Mesmo que eu tento ser discreta,
O sorriso um momento fenece...
Queria viver sorrindo,
E só compartilhar de alegria,
Como um rio em que àguas claras vão fluindo,
Pois eu sei que que a felicidade contagia...
Mas e quando sorrir é só disfarce?
Não devo falar, nem mencionar...
Devo sempre alegrar minha face,
E a dor calada suportar?
Cristo suportou calado,
Ele era DEUS e era Homem,
Sei, foi muito mais calejado,
E disse somente: está consumado!
Lagrimas de sangue jorraram de seu corpo,
E pelo meu pecado, de Deus foi separado,
Mesmo assim quando ele foi morto...
Se calou para eu fosse perdoado...
Então não sei se devo me calar também,
Sou somente homem, não sou DEUS,
Minha dor não vai além...
Que os cravos Seus...
Meu pranto que dos olhos não saem,
Fluem do coração...
E na minha alma caem...
Mudando minha canção!
Pois o poeta, não vive só de alegria,
Às vezes, lágrimas de sangue é sua musa,
E toda a sua nostalgia...
Que muito lhe acusa.