Abel e Caim
Frutos do mesmo ventre
Da mulher que dá a luz
A duas vidas que se distinguem.
Então surge o desejo
De uma oferta entregar
Entrega-se o fruto da terra
Entregam-se as primícias do rebanho.
No coração há um anseio:
De qual oferta o Senhor irá se agradar!
Na Alma há um grito
Por não compreender
A disposição para amar.
Com o semblante abatido
Entregou-se a maldade
Anulando-se do bem
E chantageando a verdade.
A morte consolida-se
E para Abel, é o fim
Seu sangue clama na terra
Pelas mãos do próprio Caim
Permeia-se o terror
Nasce o homicídio
Para Caim cabe fugir
Por não suportar seu castigo.
Então um sinal lhe é dado
Marcado e eternizado
E sua vida confusa e errante
Manterá a presença do seu Criador
Distante.