“ A CANÇÃO DO SERTÃO “
SOLIDÃO QUE ME ERA MEIO QUE INEXATA.
NÃO EXATAMENTE POR ESTAR SÓ.
MAIS POR ESTAR AO TEU LADO E NÃO
LHE PODER OUTRA VEZ SENTIR E TOCAR.
EU VIA TUA FOTOGRAFIA QUE ME DIZIA
JAMAIS VOLTAREI.
E A LEMBRANÇA DAS ÚLTIMAS PALAVRAS QUE
ME ERAM ERRANTES NA ALMA.
E AQUELE AO TEU LADO QUE NÃO LHE SABIA FAZER FELIZ.
A ESTRADA ERA LONGA, A VIAGEM SEM FIM, O SOL QUE
RACHAVA A ESTRADA ERA O CANTO UNICO DO SERTÃO.
O POUCO VERDE DA ESTRADA ERA MINHA PRÓPRIA
ALMA TENTANDO SOBREVIVER BEM LONGE DAS AGUÁS,
REFRÃO QUE PARA MIM ERAM TEUS ABRAÇOS.
AS JANELAS QUADRADAS, AS MONTANHAS SEM FORMAS
SENDO ASSIM TÃO DIFERENTES COMO NÓS
MAIS FORMAVAM ASSIM JUNTAS TÃO LINDA PINTURA.
E NOS REFLETIAM A IMAGEM ONDE A
ÚNICA IMAGEM ERA MIRAGEM.
FORMAS TÃO DESIGUAIS COMO AS NOSSAS PRÓPRIAS
VIDAS E ERAM, O MAIS BELOS QUADROS MUTANTES
QUE EU JÁ TIVERA VISTO.
E A CANÇÃO DO SERTÃO ERA MEU CORAÇÃO PARTINDO
JUNTO COM AQUELA TERRA ONDE ME DEIXARA.
AO TE VER INFELIZ PENSSAVA EU
“QUEM MAIS PODERIA FAZE-LA, AO MENOS SORRIR”.
SE AO MENOS ALGUÉM LHE FIZESSE SORRIR OUTRA VEZ.
SE AO MENOS CHUVESSE SÓ MAIS UMA VEZ NO SERTÃO.
E A TEMPESTADE ALAGOU A TERRA SECA, TORNANDO
AS FRISSURAS DA TERRA EM LAMA E LODO.
TORNANDO AS LÁGRIMAS QUENTES
IRRECONHECÍVEIS EM ROSTOS MOLHADOS.
TORNANDO DE OUTRO OS BEIJOS QUE UM DIA MEUS,
LHE FIZERAM FELIZES.
ACABOU-SE A SECA DO SERTÃO, CAIU AGUACEIRO NO SERTÃO,
CRIOU-SE PARA ELE NOVA CANÇÃO.