O POETA PURO
O poeta puro
Morreu ao nascer
Não queimou
Os olhos ao sol
Nem secou a garganta
Sumiu
Como um feto
Abortado
A pureza
Não lhe legitimou
A aurora
Nem
A humana
Existência
Sem perfume
Ou flores
Foi para o inferno
Dos esquecidos
O poeta puro não viu
O luar de Natal
Nem cenas
De fome e guerra
Ficou sem sombra
No deserto
Da ignorância.