O POETA PURO

O poeta puro

Morreu ao nascer

Não queimou

Os olhos ao sol

Nem secou a garganta

Sumiu

Como um feto

Abortado

A pureza

Não lhe legitimou

A aurora

Nem

A humana

Existência

Sem perfume

Ou flores

Foi para o inferno

Dos esquecidos

O poeta puro não viu

O luar de Natal

Nem cenas

De fome e guerra

Ficou sem sombra

No deserto

Da ignorância.

Janilson Carvalho
Enviado por Janilson Carvalho em 19/02/2010
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