Não me peça nada. 
Hoje sou alma penada, solta, largada, sem rumo, sem freios, anseios, receios.
Instinto aguçado.
Puro olfato.
Bicho do mato.

Não me diga nada.
Suas desculpas são como o tempo perdido, sem fuga ou culpa.
Tuas palavras o vento soprou além do sentimento.

Alquebrado Arlequim.Colombina desbotada.
 Hoje sou samba cadenciado, um blues sentido, o choro agudo no lamento da gaita.
Rum, tequila, cachaça, tragos em goles largos.
E no compasso, toco o espaço e me reencontro.
Cansei, parei, dancei, voltei, morri, matei.
Me juntei à folia, onde os perdidos há muito me aguardavam.



 
Giselle Sato
Enviado por Giselle Sato em 18/02/2010
Reeditado em 05/09/2018
Código do texto: T2094367
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