DESAMPARO!

Na mão a ferramenta de trabalho,
Para ele, apenas um brinquedo de criança,
Caído naquele chão molhado,
Brincando de bandido,
Morre ainda menino,
Banhado de sangue,
E de esperanças!

Homem-menino ainda levado,
Machucou-se com a vida,
A vida inteira!

Apanha, chora, sofre calado,
Isolado no abandono,
Do seu total desamparo!

Revolta-se, fere, mata,
Sangra e grita. 

Indignado morre!

Sobre o corpo um jornal sujo,
Ao seu lado apenas,
Um toco de vela.
Menos tiros pro alto,
Menos miséria no asfalto,
Menos meninos na favela!

Paulo Cesar Coelho
Enviado por Paulo Cesar Coelho em 04/08/2006
Reeditado em 04/08/2006
Código do texto: T208930
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