LÁGRIMAS QUENTES
As lágrimas caem...
Tormentos do mundo aflito
São rios de pranto
E, no entanto
Sufoco este meu grito
Elas nascem da dor
Que assola e causa espanto
Pelas vis traições
Que vão apagando
Sonhos e ilusões
Estampando a crueldade
Delineando a insanidade
Oriunda da falta de rumo
E eu assumo que amei
E acreditava na felicidade
Negação das prioridades
Desprezo ao simples
Desdém da inteligência
Incongruência de almas
O côncavo sem o convexo
Onde o culto ao prazer
Somente pelo prazer
Roubou o lugar da virtude
No uso e abuso do sexo
E o que mais posso dizer?
Prostituindo os valores
Sagrados do amor
E assim caminha a humanidade
E eu nem devo sentir piedade
Mas desprezo, com certeza...
Sem desfrutar da pureza
Ocultando a verdade
Jogando no lixo a felicidade
Vaidade, pura vaidade
De quem se acha normal
Aí só resta um mar de lamúrias...
De lamentação das perdas
Que causaram grande desilusão
Tanto vazio e solidão
Matando os sonhos mais lindos
Destroçando o coração
Mas não se devem dar
Pérolas aos porcos...
E aos poucos
Enxugo este pranto
E vou transformando
Um tropeço
Em um novo recomeço
Hildebrando Menezes e Lourdes Ramos