Conversando com a Morte

Começo a sentir a morte se achegando a mim

Com sua voz suave, vem ao meu ouvido

Seus lábios gélidos encostam em mim

Me arrepio com sua presença

Seus olhos são fundos como se não existissem

Fala ao meu ouvido me seduzindo a ir com ela

Convencendo-me da maravilha que irá me trazer

Se for ao seu encontro, onde ela quiser me levar,

Que doce harmonia sinto em sua voz, é calma...

Chego a acreditar em suas palavras e lhe respondo:

- Seguir-te-ei para onde fores, serei sua sombra, serei seu companheiro,

Serei tua angustia em noites de tormentos e o parceiro que jamais irá lhe saciar,

Irei contigo no mais profundo abismo, sentirei o fel de seus lábios e o frio de seu coração, atormentar-te-ei com teus próprios tormentos, e demonstrarei suas ilusões, demonstrar-te-ei a certeza de que ninguém nunca irá estar sempre contigo, pois tu és somente uma passagem, um processo e um momento para algo desconhecido...

Fitando em mim me diz: bobo menino quero eu estar contigo, lhe trazer para mim

Demonstrar-lhe o que não conheces e levar-te mais além do que podes imaginar,

Quero mostrar-te os segredos do não revelado, desvendar a duvida de todos os homens sobre a terra.

Queres ainda recusar? Ou libertar-se-á e virá comigo?

Me mostrará tudo o que conheces? Revelará a tudo quanto sabes?

Se fores assim irei para onde fores! Serei tua sombra e seguir-te-ei seus passos por onde eles andarem.

Certo! Disse ela, como que rindo de minha escolha, em poucos momentos suas gargalhadas eram ensurdecedoras...

E por um instante ela para e me diz: bobo menino, humano frágil e sem esperança alguma, doce tormento o aguarda, o peso da solidão o assolará eternamente, seu desespero será continuo, a dor que irá sentir será indescritível e o que irá lhe atormentar infinitamente não podes compreender. Doce escolha a sua, saber os mistérios que tenho comigo e meus segredos escondidos, que são somente surpresas para quando vieres me abraçar, não terá para onde correr... Venha e deite-se em meu colo e aceite seu tormento, bem vindo a onde não podes fugir...

Johnny Brito
Enviado por Johnny Brito em 11/02/2010
Reeditado em 23/04/2010
Código do texto: T2081700