O Julgamento

Sou o silêncio mórbido no ar,
O crepitar da fogueira, inquisidora,
Uma pira sempre, sempre a arder,
Sem ninguém para aquecer,
Calcinando recordações d'outrora!

Sou a poeira do abandono,.
Ando sob o descompasso
Das horas intermináveis.
Vou buscando no féretro, o sono,
A libertação dos pesadelos,
De meu passado escasso !

Sou o reflexo de mim,
Duma tão exígua existência.
Nada resta pois, por fim,
A não ser a incongruência,
Do meu sonho insustentável.

Mas esta é a minha realidade,
Minha fortuna ou malfazença.
Este será o meu eterno fado,
Meu castigo e minha sentença!
Aguarela Matizada
Enviado por Aguarela Matizada em 03/08/2006
Reeditado em 29/05/2010
Código do texto: T208044
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