Soberania
Me mostrar um ser sombrio, é apenas um modo de me proteger,
Das sombras que minha memória trás, quando estamos apenas nós duas.
Me deparo com a irrealidade dos fatos que por teimosia resistem e não saem.
Ficam sempre ali, prontas, em ataque, para abalarem minhas estruturas.
Luto contar esses monstros, aos quais eu os fiz mais invencíveis.
Minhas armas soberanamente degradada, pelas cores negras de um abismo absoluto.
A procura de um refúgio apaziguador, caio entre as pedras do desespero,
Onde sinto as lágrimas queimarem o resto de sanidade que me restava....
Uma batalha, sem a certeza de um fim, vencida pelo cansaço me vi arruinada.
Sem algum motivo incerto ou justo, me julguei nefasta e agônica.
Numa sutil improbabilidade de liberdade, me encontrei sendo tocada por uma mão.
Que aqueceu o meu corpo indelicado, me levando a um sono inocente.
Posta de pé e com os olhos abertos, olhando fixo para o escuro e vago,
De onde eu vi surgir aquele que, supostamente me acolheu por piedade.
Entendi que o meu salvador era uma miragem, do puro desespero em que eu me encontrava.
Eu fui enganada pela minha própria arma de proteção fraca, suja e sombria.
Em fim, quando os raios de sol surgiram,
Num imponente choque de realidade,
Despertei do pesadelo, assim, então,
Impressionante, um novo dia começou.