ADEUS MEU GRANDE AMOR

Eu sou menor do que o vão dessas paredes;

Minhas penosas sedes suplantam a oferta desse poço;

Se me disserem que sou moço, retrucarei por muitas vezes;

Sou desses velhos interesses que inviabilizam o próprio esforço!

Vou ser pequeno como um grito superado pela ventania;

E agarrado à montaria, levo fracassos rumo à terra sem fronteiras;

Onde o silêncio enforca as palmeiras, onde o deserto é poesia;

Lá nem eu me encontraria, cujos ladrilhos são lágrimas rasteiras!

Quem sabe a sorte me conceda sete dias por meu luto;

Mas não me iludo, também nem saberei se assim será;

Quando eu atravessar aquele mar, ninguém irá colher meu fruto;

Que certa feita já foi tudo e hoje nem serve para me ressuscitar!

Só quero implorar que me consintam um legado;

Que eu não seja lembrado como esse opróbrio que ninguém lembrou;

Quando vivi eu fui amor, mesmo não tendo sido amado;

E se algo puder ser levado, quero levar o passado que um dia me abandonou!

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Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 06/02/2010
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