DA MORTE...
Eu só queria saber
Porque é que me sinto morta
Porque me cansa esta imagem velha e torta
E trôpegos são meus passos neste caminhar
Soluço quieta sem poder olhar pra trás
Encolho me pequena sem imaginar algo mais
E neste canto eu sinto é que tanto faz
Tanto faz se meu pranto secar
Tanto faz se minha face manchar
Tanto faz se a luz não mais entrar em meu quarto
Tanto faz se o que vejo é escuro ou claro
Eu estou morta
Não há mais sangue em minhas veias
Nem historias pra contar
Sou um monte de amenidades
Sorrisos mornos, sem felicidades
E meu túmulo carrega apenas canções velhas
Timbres ocos, versos toscos
Canções que todos tem vergonha de dizer que sabem
Eu sou uma alma morta
Que não mais quer acordar
Desvie de mim, porque até eu sei
Cansei de correr e tentar voar
Escolhi morrer, pra aqui, inerte, ficar...
a você cabe apenas a dor do pesar
a mim nada cabe, tornei me pedra dura, inerte, a ficar...