Ressangrando...

A morte me feriu tão secamente

que eu desaprendi a amar

e pus-me a vagar

tão tristemente,

como se o mundo fosse um absurdo.

Separa-se de mim o riso antigo,

o que me vestia alegre,

o que me dizia tudo.

Sou desses dois lados tidos

o que mais me magoa hoje

porque no amanhã sonhado

hei de esconder todas as lágrimas

e sonhar-me divertido.

A morte é menor que o meu amor,

mas eu amo triste,

soletrando o que não mais me existe

e o que tão mais me sangra.