Lithium
Meu lithium está no fim.
Minha casta sanidade
Recobre-me os olhos
Famintos de paz de espírito.
Meu ponto de fuga
Se desfez em arestas infinitas
De um tom visivelmente transparente
Devorado pela minha ânsia esmagadora.
Não há espaço
Para o último golpe de pincel.
A tela jaz morta e negra.
Pingando lágrimas do tecido impuro.
Pendem também minhas mãos
Por entre pincéis e tristezas.
Desfalecendo com o corpo morno
Em lagos de tinta e de sonhos.