Vingança de Apolo

Por esta rua tênue caminho

Observando os moribundos

Tão alvos e inertes nos cadafalsos

Cortejados por um séquito de urubús.

Ao longe ouço a lira sôfrega

De um deus esquecido,

Tragado pela vontade de Dionísio

Que sem martírio lançou Apolo na charneca lôbrega,

E tal qual anjo caído, sem mais poder levantar

Sem mais poder sonhar com o Olimpo

Atou-se a chorar, intumescendo o ar

Com frio pesar, e como última vontade

Com ímpeto e requintes de crueldade

Ousou sua lira tocar, fazendo Ades invocar

Matando assim todos aqueles que se atreveram

Um dia, tão bela deidade, matar!