O amor se evadiu de mim.

Onde andará aquele que se evadiu de mim?

Que por tantas vezes sonhei, e procurei o seu cheiro que exalava de mim mesma?

Pois nos misturamos por várias vezes em nossa própria substância.

Muitas dessas vezes não se sabia quem era eu, ou você.

Onde andará aquele, que me deu as estrelas mais lindas, das noites mais poéticas, que hoje se apagaram em noites de luto por um amor ainda vivo?

O que foi feito do carinho a que me dedicava?

Onde guardou os versos que verteram de minha alma só pra ele?

O que se fez de tanto amor, e palavras juradas no ímpeto de um abraço matinal ainda com os olhos fechados?

O que eu faço com tantas lembranças?

E com o sufoco dessa saudade como flecha envenenada tomando conta de mim?

Morro?

Ressuscito, e continuo no mesmo planeta de decepções amorosas onde a noite vive e persiste na sua escuridão eterna, onde mesmo quando o dia surge, meus olhos não conseguem ver.

Quando o vento toca o meu corpo, eu não consigo sentir.

Você se evadiu de mim, levando consigo a minha alma e os meus sentidos.