Um não amor!
São das vergonhas que um teme,
Maior que mágoas, ele deita e geme,
Postando à face o selo do palor;
São das vergonhas que um homem chora,
Maior que um não da musa qu´ele adora,
É ser amado por um não amor.
São das vergonhas que um homem urra,
Buscando asilo na caverna escura,
Nem dos fantasmas ele tem pavor;
São das vergonhas que´ele não resiste,
Nem ante a morte com sua foice em riste,
Prefere a morte do que um não amor.
São das vergonhas que padece o homem,
Seus lindos sonhos todos se consomem,
A alegria se transforma em dor;
Por um prazer de tempo diminuto,
Sua primavera se transmuta em luto,
Por ser amado por um não amor.